Foto aérea tirada em 10 de julho de 2023 mostra o OOCL PIRAEUS, um dos maiores navios porta-contêineres do mundo, prestes a atracar no porto de Pireu, na Grécia. (Xinhua)
Entre as várias áreas de cooperação econômica entre a UE e a China, especialistas apontam o desenvolvimento sustentável como um foco especialmente promissor.
Por Ding Yinghua e Zhu Haochen
Estocolmo, 30 jul (Xinhua) -- À medida que a União Europeia (UE) e a China celebram 50 anos de relações diplomáticas, empresas suecas buscam fortalecer o envolvimento com a segunda maior economia do mundo, com especialistas e líderes empresariais defendendo uma cooperação prática, especialmente em desenvolvimento sustentável, como forma de impulsionar a competitividade europeia diante da instabilidade global.
"Para as empresas suecas, a China é de longe o mercado mais importante da Ásia", disse Ulf Pehrsson, presidente do Conselho Comercial Suécia-China (SCTC, na sigla em inglês), em entrevista recente à Xinhua.
Fundado em 1980 por grandes empresas suecas que operam na China, o SCTC tem acompanhado e participado do crescente intercâmbio econômico e comercial entre a China e a Europa nas últimas décadas.
Em 2024, o comércio bilateral entre a China e a UE atingiu 785,8 bilhões de dólares americanos, gerando cerca de 3 milhões de empregos locais, segundo dados. Diante desse fortalecimento dos laços econômicos, Pehrsson afirmou que os membros do SCTC acompanham de perto os resultados da cúpula China-UE realizada em 24 de julho deste ano em Beijing.
"No momento, sentimos que há um novo impulso na relação comercial e de investimento entre a Suécia e a China", disse ele.
O 100.000º trem de carga China-Europa chega ao Terminal Intermodal de Duisburg (DIT, na sigla em inglês), em Duisburg, Alemanha, em 3 de dezembro de 2024. (Xinhua/Du Zheyu)
Entre as várias áreas de cooperação econômica entre a UE e a China, especialistas apontam o desenvolvimento sustentável como uma área particularmente promissora.
A criação de um grupo de trabalho China-Suécia sobre investimentos na transição verde no início deste ano foi amplamente vista como estratégica e oportuna, já que a Europa busca atingir sua ambiciosa meta de 42,5% de energia renovável no consumo total até 2030.
Hussein Askary, vice-presidente do Instituto Cinturão e Rota da Suécia, afirmou que setores como energia limpa, onde a China possui claras vantagens competitivas, devem ser considerados oportunidades de colaboração entre a UE e a China, e não de concorrência.
Askary citou o colapso da startup sueca de baterias Northvolt como exemplo. "Apenas um ano após iniciar suas operações, o empreendimento, que custou bilhões de euros à Suécia e à UE, faliu. Isso prova que a narrativa de ‘redução de riscos’ não funciona na prática", disse ele.
Esse ponto de vista também é apoiado por um número crescente de projetos conjuntos de energia limpa em toda a Europa. Na Alemanha, o Parque Solar Dollen e, na Grécia, o Projeto de Energia Eólica da Trácia, ambos usam tecnologia chinesa para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Foto tirada com um celular em 7 de maio de 2025 mostra visitante no estande da TCL durante a feira Intersolar Europe 2025 em Munique, Alemanha. (Xinhua/Huang Yan)
No cenário energético da Suécia, um exemplo notável é a parceria entre a empresa local SaltX Technologies e a fabricante chinesa NSECT para comercializar um sistema de armazenamento solar térmico, o SunCool, atualmente produzido em escala no leste da China. O projeto contribui para a transição verde da Suécia, oferecendo uma solução inovadora de aquecimento e refrigeração limpos.
Em vez de desengajamento, Askary enfatizou a importância de desenvolver pontos fortes complementares em todas as regiões. Ele observou que, embora a China seja líder em tecnologia limpa, a Suécia mantém uma vantagem competitiva em setores como biotecnologia, e muitas empresas chinesas estão buscando ativamente colaboração.
"Essa é a fórmula de ganho mútuo que a Europa precisa", em vez das abordagens protecionistas adotadas por algumas economias avançadas, que promovem o desacoplamento e barreiras comerciais sob o pretexto de segurança nacional, disse ele.