Rio de Janeiro, 4 ago (Xinhua) -- O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior Brasileira (Camex) aprovou nesta segunda-feira que o Brasil inicie uma consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a uma série de produtos brasileiros.
A decisão ainda depende da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinará "como e quando" a denúncia será formalmente apresentada à organização internacional.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Geraldo Alckmin.
"O Conselho de Ministros da Camex aprovou a participação do Brasil na consulta à OMC. Portanto, ela foi aprovada pelo Conselho, e agora o presidente Lula decidirá como fazê-la e quando fazê-la", explicou.
A consulta à OMC constitui o primeiro passo no processo formal de resposta às medidas comerciais. Caso não haja acordo nessa fase inicial, o país poderá solicitar a abertura de um painel de arbitragem.
A medida é uma resposta ao pacote tarifário de 50% anunciado pelo governo Donald Trump, que começará a ser implementado na próxima quarta-feira e afetará aproximadamente 35% das exportações brasileiras para o mercado americano.
Produtos com alta demanda nos Estados Unidos, como suco de laranja e minerais, foram excluídos da nova tarifa, enquanto bens como carne, café, frutas, móveis e outros foram incluídos na medida.
Referindo-se ao tema, Alckmin enfatizou que o desafio imediato é trabalhar para reduzir a alíquota de 50% ou excluir os setores que serão afetados pelo aumento da tarifa.
Ele indicou que o governo já realizou reuniões com representantes do setor do agronegócio e continuará dialogando com os setores afetados para definir estratégias.
No encontro com empresários realizado nesta segunda-feira, o ministro também mencionou as negociações em andamento para ampliar o acesso dos produtos brasileiros a outros mercados, com destaque para a União Europeia e o Reino Unido.